terça-feira, 19 de fevereiro de 2013




NA MINHA RUA...

Na minha rua tem uma árvore.
Nela tem um ninho.
No ninho um filhotinho.
Por ele peguei carinho.
Acordo cedinho e o vejo. É tão bonitinho.
Um dia vou me levantar e já não vou encontrá-lo lá.
Terá voado.
Então mais um pássaro enfeitará os céus.
O vazio do ninho não pode me machucar.
Porque pássaros nasceram para voar.
Na minha rua tem uma calçada onde alguém gosta de se sentar pra admirar o luar.
Na minha rua tem uma velhinha que só espera o seu tempo se acabar...
Muitas vezes fiquei a pensar nas dores que ela precisou suportar.
Nos olhos dela mora alguma coisa que eu nunca consegui identificar.


sonia delsin



RASGO O CÉU

Corro na velocidade da luz.
Rasgo o céu.
Nada pode me amedrontar.
Consegui voar.
Outro espaço alcançar.
Estou fora de mim.
Estou no ar.
Consegui do meu corpo físico escapar.
Foi com a força do meu pensar.

sonia delsin



TRAPOS DO QUE FOMOS

Quando olho para você eu penso no que nos transformamos
Somos trapos do que fomos

Será que ainda nos amamos? 


sonia delsin



MEL E CANELA

Era bem dela.
Mel e canela.
Ficou a lembrança.
Seu jeito criança.
Mel e canela.
Ela era bela.
O que é feito dela?

sonia delsin



TE ENCONTREI ASSIM

Eu ia pela estrada a olhar o nada.
Dura caminhada.
O pó quase me cegava.
A sede me matava.
Então vi ao longe uma casinha branca.
Pensei que ali a sede eu mataria.
O que eu não sabia era que a minha vida mudaria depois daquele dia.

sonia delsin

TODOS OS SONHOS

Todos os nossos sonhos bonitos deviam ser realizados.
Todos.
Mas nem sempre isso acontece.
E precisamos aceitar.
Outros sonhos sonhar.
Precisamos viver o que a vida oferece.

sonia delsin



NO MEIO DO NADA

Eu estava deitada.
No meio do nada.
Estava estirada.
No meio do nada um som muito ao longe me chegava.
Uma voz.
Parece que me chamava.
Minha audição não alcançava.
Eu tentava...
No meio do nada aquele chamado longínquo.
Tentei me sentar.
Mas qual!
Não conseguia me movimentar.
Minhas pernas pesavam como chumbo.
Minha cabeça então.
Meu corpo toneladas pesava.
As canelas estavam esticadas.
Completamente esticadas.
No meio do nada só o nada me restava?

sonia delsin